Exercício Físico na gestação. Pode?



Historicamente, a gestação foi considerada um período de vulnerabilidade. As mulheres grávidas eram aconselhadas a adotar o repouso e evitar o esforço físico (2, 6). Os primeiros estudos sobre exercício físico na gestação foram realizados no final do século XIX e início do século XX (7). Desde então, foram elaboradas várias diretrizes para prescrição de exercício físico para mulheres grávidas em todo o mundo.

Pode sim!

Hoje sabemos que são indiscutíveis as evidências científicas que apontam benefícios para a saúde (tanto da mãe quanto do bebê) e diminuição no risco de comorbidades, quando se trata de exercício físico durante a gravidez (1-7).
É importante e necessário o acompanhamento de um Profissional da Educação Física (2, 5). Com os devidos cuidados deste profissional, os benefícios de um comportamento ativo durante a gravidez superam em muito os riscos (4). Tais benefícios incluem um melhor preparo físico, prevenção de ganho de peso materno e fetal excessivos, obesidade, diabetes gestacional, hipertensão, diminuição de sintomas de lombalgia, diminuição do risco de incontinência urinária, prevenção/melhora nos sintomas de depressão materna, manutenção da forma física, redução nas taxas de cesárea e a prevenção da retenção de peso no pós-parto (2, 3, 5).

Recomendações

O Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) recomenda que, mulheres grávidas que não tenham restrições médicas, acumulem 150 minutos de exercício aeróbico de intensidade moderada, por semana, ou 75 minutos de exercício vigoroso para mulheres que já estavam acostumadas com essa intensidade antes da gravidez, ou que gradualmente aumentem para essa intensidade. Tudo isso dividido em 3 a 5 dias por semana, em sessões de 30 minutos. Pode ser uma caminhada, natação, exercício em grupo. Nada que gere impacto ou desequilíbrio. O exercício resistido também pode ser incorporado nessa rotina, desde que se faça de 2 a 3 vezes por semana em dias não consecutivos, começando sempre com uma série, progredindo posteriormente, para 2 a 3 séries de 8-10 ou 12-15 repetições submáximas (5).
Mas lembre-se, se você é mulher e está grávida, não saia fazendo exercício sem antes consultar um médico e sem o acompanhamento de um profissional especializado. Qualquer dúvida entre em contato com a gente.

Fontes

1. Artal, R. (2016). Exercise in Pregnancy : Guidelines. Clinical Obstetrics and Gynecology, 59(3), 639–644. Disponível em:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27398880
2. Hinman, S. K., Smith, K. B., Quillen, D. M., & Smith, M. S. (2015). Exercise in Pregnancy: A Clinical Review. Sports Health, 7(6), 527–531.https://doi.org/10.1177/1941738115599358. Disponível em:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26502446
3. Mottola, M. F. (2016). Components of exercise prescription and pregnancy. Clinical Obstetrics and Gynecology, 59(3), 552–558.https://doi.org/10.1097/GRF.0000000000000207. Disponível em:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27135872
4. Watson, E. D., Oddie, B., & Constantinou, D. (2015). Exercise during pregnancy: Knowledge and beliefs of medical practitioners in South Africa: A survey study. BMC Pregnancy and Childbirth, 15(1), 1–7.https://doi.org/10.1186/s12884-015-0690-1. Disponível em:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4597379/
5. American College of Sports Medicine, Deborah Riebe, Jonathan K. Ehrman, Gary Liguori, and Meir Magal. 2018. ACSM’s guidelines for exercise testing and prescription.
6. Hammer RL, Perkins J, Parr R. Exercise during the childbearing year. J Perinatal Educ. 2000;9:1-14. Disponível em:https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1595006/
7. Evenson KR, Barakat R, Brown WJ, et al. Guidelines for Physical Activity during Pregnancy: Comparisons From Around the World. American journal of lifestyle medicine. 2014;8(2):102-121. doi:10.1177/1559827613498204.. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/…/PMC42068…/pdf/nihms509773.pdf

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