Quanto a genética influencia no desempenho físico?



Estudos recentes (1–6) tem mostrado a relação dos genes com indicadores de desempenho das capacidades de força, potência e endurance de atletas. Dentre os genes, destaca-se o ACTN3 que produz uma proteína conhecida como alfa-actinina-3, que está relacionada com as fibras musculares de contração rápida, responsáveis por movimentos explosivos (1,7), característica de esportes com ações de curta duração como Levantamento de Pesos, provas de lançamentos e saltos no Atletismo, etc.

Vamos aos estudos

Apesar da lista de genes ser extensa, JONES e colaboradores (2016), aplicaram no estudo, um treinamento de acordo com a característica genética dos indivíduos, sendo grupos divididos entre: treino com compatibilidade de genótipo*; e treino com incompatibilidade de genótipo. No grupo com compatibilidade, indivíduos que tinham genótipo de endurance, realizaram um treinamento com um maior volume e menor intensidade, e indivíduos com genótipo de potência/força realizaram menor volume e maior intensidade. Já no grupo com incompatibilidade do genótipo, ambos indivíduos de genótipo de endurance e potência/força não realizavam o treino de forma compatível.

Resumindo os resultados

Os resultados do estudo mostraram que os indivíduos dos grupos em que o treinamento era compatível com suas características genéticas, os ganhos foram superiores nos testes de CMJ (Salto com Contra-Movimento) e AERO3 (Aeróbio de 3 min em bicicleta). Já o grupo incompatível com o treino não possuiu melhora significativa no CMJ e obteve ganhos menos expressivos no AERO3.

Concluindo

Apesar do estudo ser um dos primeiros a analisar este fator em relação ao tipo de treinamento, não podemos tirar conclusões precipitadas, já que alguns outros estudos não encontraram relação entre o rendimento físico e a característica dos mesmos genes (ACTN3 e ACE) (5,6), porém acredita-se que outros genes podem ter mais relação com características de força e potência (8).
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*Genótipo: Constituição genética de uma célula, organismo ou indivíduo.

Fontes

1. Kim H, Song K, Kim C. The ACTN3 R577X variant in sprint and strength performance. J Exerc Nutr Biochem [Internet]. 2014;18(4):347–53. Available at: http://dx.doi.org/…/jenb.2014.1…//jenb.or.kr/_common/do.php…
2. Pasqua LA, Bueno S, Artioli GG, Lancha AH, Matsuda M, Marquezini M V., et al. Influence of ACTN3 R577X polymorphism on ventilatory thresholds related to endurance performance. J Sports Sci. 2016;34(2):163–70.
3. Yang R, Shen X, Wang Y, Voisin S, Cai G, Fu Y, et al. ACTN3 R577X GENE VARIANT IS ASSOCIATED WITH MUSCLE-RELATED PHENOTYPES IN ELITE CHINESE SPRINT/POWER ATHLETES. J Strenght Cond Res. 2017;31(4):1107–15.
4. Jones N, Kiely J, Suraci B, Collins DJ, Lorenzo DD, Pickering C, et al. A genetic-based algorithm for personalized resistance training. Biol Sport. 2016;33(2):117–26.
5. Massidda M, Bachis V, Corrias L, Piras F, Scorcu M, Culigioni C, et al. ACTN3 R577X polymorphism is not associated with team sport athletic status in Italians. Sport Med – Open. 2015;1(1):3–7.
6. Orysiak J, Mazur-Różycka J, Busko K, Gajewski J, Szczepanska B, Malczewska-Lenczowska J. Individual and combined influence of ACE and ACTN3 genes on muscle phenotypes in Polish athletes. J Strength Cond Res [Internet]. 2017;1. Available at: http://insights.ovid.com/crossref…
7. Eynon N, Hanson ED, Lucia A, Houweling PJ, Garton F, North KN, et al. Genes for elite power and sprint performance: ACTN3 leads the way. Sport Med. 2013;43(9):803–17.
8. Gineviciene V, Jakaitiene A, Aksenov MO, Aksenova A V., Druzhevskaya AM, Astratenkova I V., et al. Association analysis of ACE, ACTN3 and PPARGC1A gene polymorphisms in two cohorts of European strength and power athletes. Biol Sport. 2016;33(3):199–206.

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