Alongamento pós-exercício alivia a dor muscular tardia?



Quem nunca ouviu alguém dizendo “faça alongamento pós-exercício para diminuir a dor muscular tardia”? A Dor Muscular Tardia (DMT) é aquela dorzinha nos músculos que sentimos após alguns exercícios físicos, tendo seu ápice de 24 h a 48 h depois do treino. Algumas pessoas, principalmente iniciantes, se incomodam muito com a DMT, recorrendo algumas vezes, a fármacos na tentativa da diminuição deste incômodo. Mas será que existe um jeito de diminuir a DMT sem apelar para remédios?

O que a ciência tem a dizer?

A maior parte das evidências nos estudos de revisão sugerem que o alongamento antes ou depois dos exercícios não diminuem a DMT(1-3, 5) ou encontram reduções insignificantes (6-8). Em contrapartida, um estudo feito com 2377 adultos ativos afirma que há redução na DMT (4). Uma revisão (2) feita em 2003, estudou vários métodos para redução da DMT, dentre eles a crioterapia, o alongamento, massagens, ultrassom, técnicas de corrente elétrica, homeopatia, compressão, oxigenoterapia hiperbárica, uso de anti-inflamatórios e exercícios, concluindo que o alongamento pós-exercício não é eficaz, mas o exercício físico feito em intensidade reduzida, mostrou-se como um dos melhores meios de alívio da DMT, ainda que tendo um efeito analgésico temporário.

Mas calma, não deixe de fazer alongamentos

Mesmo com a maioria das evidências apontando para a ineficiência do alongamento pós-exercício no alívio ou na prevenção da DMT, são necessários mais estudos sobre o assunto. Sendo assim, por enquanto não podemos afirmar que o alongamento pode diminuir essa dorzinha que, muitos gostam de sentir, mas para outros é um incômodo. Porém, não devemos desencorajar a realização do alongamento, principalmente se for realizado na hora certa e de maneira correta. Mas isso é assunto para um próximo post. Lembre-se! não deixe ninguém te enganar!

Fontes

1. David M. High, Edward T. Howley & B. Don Franks (2013) The Effects of Static Stretching and Warm-Up on Prevention of Delayed-Onset Muscle Soreness, Research Quarterly for Exercise and Sport, 60:4, 357-361, DOI: 10.1080/02701367.1989.10607463. Disponível em: https://shapeamerica.tandfonline.com/…/02701367.1989.106074…
2. Cheung, K., Hume, P. A., & Maxwelf, L. (2003). Treatment Strategies and Performance Factors, 33(2), 145–164. Disponível em: https://link.springer.com/…/10.2165/00007256-200333020-00005
3. Andersen, J. C. (2005). Stretching before and after Exercise: Effect on muscle soreness and injury risk. Journal of Athletic Training, 40(3), 218–220. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1250267/
4. Jamtvedt, G., Herbert, R. D., Flottorp, S., Odgaard-Jensen, J., Håvelsrud, K., Barratt, A., … Oxman, A. D. (2010). A pragmatic randomised trial of stretching before and after physical activity to prevent injury and soreness. British Journal of Sports Medicine, 44(14), 1002–1009. https://doi.org/10.1136/bjsm.2009.062232. Disponível em: http://bjsm.bmj.com/…/ear…/2009/06/11/bjsm.2009.062232.short
5. Paulo Henrique Foppa de Almeida[a], Danielle Barandalize[b], D. I. R. R., & Daniela Gallon[d], Ana Carolina Brandt de Macedo[e], A. R. S. G. (2009). Muscle stretching: implications at the performance and injury prevention. ALONGAMENTO MUSCULAR: SUAS IMPLICAÇÕES NA PERFORMANCE E NA PREVENÇÃO DE LESÕES | Fisioter. Mov., 22(3), 335–343. Retrieved from http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/…/1577
6. Rd, H., M, D. N., & Sj, K. (2011). Stretching to prevent or reduce muscle soreness after exercise ( Review ) SUMMARY OF FINDINGS FOR THE MAIN COMPARISON, (7), 10–12. https://doi.org/…/14651858.CD004577.pub3.www.cochranelibrar…. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21735398
7. Henschke, N. (2011). Stretching before or after exercise does not reduce delayed-onset muscle soreness. British Journal of Sports Medicine, 45(15), 1249–1250. https://doi.org/10.1136/bjsports-2011-090599. Disponível em: http://bjsm.bmj.com/content/45/15/1249
8. Behm, D. G., Blazevich, A. J., Kay, A. D., & McHugh, M. (2016). Acute effects of muscle stretching on physical performance, range of motion, and injury incidence in healthy active individuals: a systematic review. Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism, 41(1), 1–11. https://doi.org/10.1139/apnm-2015-0235. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26642915

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