Como funciona a coordenação motora?



Coordination?

Commonly people say that a certain person is coordinated or uncoordinated. But what is coordination? How does motor coordination work? And how to measure coordination? What patterns do we observe when labeling someone as coordinated or uncoordinated? In this article, we will specifically define coordination and explain how it develops according to the “father of coordination,” Russian professor Nicholai A. Bernstein.

What is coordination?

Source:(3)

Coordination can be defined as the ability to control various movement possibilities (degrees of freedom), where the motor system transforms these degrees of freedom into a controllable unit/synergy. This strategy is adopted because the possibility of movements is gigantic, and somehow this biological system has to be able to handle those infinite degrees of freedom to perform motor tasks (1).

Thus, putting in very simplistic terms, degrees of freedom can be understood as the movements that each joint has the ability to make. For example, the knee does flexion and extension, and the ankle does flexion, extension, eversion, inversion, internal/external rotation, and so on (see the image below). That is, the motor system has to constrain certain movement possibilities to achieve the desired task (2).

 

O desenvolvimento da coordenação

Quando uma pessoa está aprendendo um novo movimento, o organismo “congela” esses vários graus de liberdade, fazendo com que o movimento seja rígido e “mecanizado”. Conforme o praticante vai melhorando, o organismo consegue liberar alguns graus de liberdade importante para o movimento, e manter limitado o movimento em articulações que “não são determinantes” no movimento, e então, promovendo um movimento com mais amplitude, fluído e dinâmico (1)

Entendendo na prática

Fonte: (11)

A imagem ao lado mostra como funciona a coordenação motora no desenvolvimento natural do padrão motor de lançamento. Por exemplo, na imagem de cima é possível perceber que praticamente só o braço participa do movimento, ou seja, o organismo restringe a maioria das outras articulações.

Quando observamos a figura do meio a amplitude de movimento já é um pouco maior, e o organismo começa a utilizar os membros inferiores para ter uma mecânica mais eficiente (mesmo o padrão não sendo ótimo ainda).

Já na figura de baixo é possível perceber que o organismo já utiliza outras articulações, como o tronco e os joelhos. E de maneira geral a amplitude do movimento é maior, dando mais eficiência ao movimento.

Esse padrão (congelando articulações e depois as liberando) é encontrado em vários outros estudos comparando iniciantes com atletas avançados/profissionais (4–10)

 

O que isso muda na minha vida?

Todo conhecimento teórico sem aplicação prática não faz sentido, não é mesmo? A importância de entender como funciona a coordenação motora tem relação com acelerar o processo de desenvolvimento da aprendizagem. Sendo assim, como partir de um movimento congelado, para um movimento fluído e eficiente. E a resposta é EXPLORAR. Sim explorar, mas explorar o quê? Explorar os movimentos! Ou seja, ao ensinar os gestos motores, você deve pedir para que seu atleta explore o movimento e tente alcançar o objetivo da tarefa fazendo o movimento de diversas maneiras.

Pow! Mas o movimento tem uma técnica ideal, por que não ficar apenas repetindo aquela técnica??? Porque o organismo aprende com a exploração das possibilidades, apenas falar: “Faça assim que é melhor” o cérebro não entende, instruções verbais não criam representações mentais no cérebro. Agora, a partir do momento que o organismo explorar opções de movimento, naturalmente os movimentos vão se adaptar nos mecanismos que são mais eficientes mecanicamente, mas o corpo tem que experimentar vários mecanismos/movimentos (mesmo os errados), para que essa ótima organização aconteça.

Agora, se você percebeu que o atleta não está desenvolvimento um mecanismo eficiente, aí você deve restringir a tarefa/movimentos adaptando a tarefa, o indivíduo e/ou o ambiente (Veja mais AQUI). Porém, isso é assunto para uma próxima matéria! 😊

FIM

Fim! Calma, não é bem o fim, esse assunto é complexo e ainda tem muita coisa legal para a gente discutir sobre coordenação. Na próxima matéria sobre o tema, a gente vai explorar métodos para quantificar a coordenação e começar a entender os padrões de coordenação. Ou seja, fique de olho e não perca!

EXTRA

Abaixo vídeo sobre Bernstein fazendo seus experimentos. Ele foi um um pioneiro no estudo do movimento, desenvolvendo novos métodos para captação de imagens em alta velocidade.

https://www.youtube.com/watch?v=yDxPJlBqWuM&list=LLU4h8pdo40BeeAbFuweRHig&index=58&t=0s

Não deixe ninguém te enganar.

Referências

1.         Bernstein NA. Dexterity and Its Development. 1st ed. Turvey MT, Latash ML, editors. New York: Psychology Press; 1996. 471.

2.         Davids K, Button C, Bennet S. Dynamics of Skill Acquisition: A constraints-Led Approach. 1st ed. United States: Human Kinetics; 2008. 264.

3.         Varnier T. FATORES HUMANOS ASSOCIADOS AOS PROJETOS DE DESIGN : PROTOCOLO DE COLETA PARA A CAPTURA DE MOVIMENTOS. 2019.

4.         Smith DR, McCabe DR, Wilkerson JD. An analysis of a discrete complex skill using Bernstein’s stages of learning. Perceptual and motor skills. 2001 Aug;93(1):181–91.

5.         Didier JJ, Li L, Magill RA. Environmental context affects outcome and kinematic changes at different rates  during skill learning. Perceptual and motor skills. 2013 Jun;116(3):953–68.

6.         Anderson DI, Sidaway B. Coordination changes associated with practice of a soccer kick. Research quarterly for exercise and sport. 1994 Jun;65(2):93–9.

7.         Vereijken B, van Emmerik REA, Whiting HTA, Newell KM. Free(z)ing Degrees of Freedom in Skill Acquisition. Journal of Motor Behavior [Internet]. 1992;24(1):133–42. Available from: https://doi.org/10.1080/00222895.1992.9941608

8.         Hodges NJ, Hayes S, Horn RR, Williams AM. Changes in coordination, control and outcome as a result of extended practice on a  novel motor skill. Ergonomics. 2005 Sep;48(11–14):1672–85.

9.         Chow JY, Davids K, Button C, Koh M. Coordination changes in a discrete multi-articular action as a function of practice. Acta Psychologica. 2008;127(1):163–76.

10.        Temprado J, Della-Grasta M, Farrell M, Laurent M. A novice-expert comparison of (intra-limb) coordination subserving the volleyball serve. Human Movement Science. 1997;16(5):653–76.

11.        Goodway JD, Ozmun JC, Gallahue DL. Understanding Motor Development: Infants, Children, Adolescents, Adults [Internet]. Jones & Bartlett Learning; 2019. Available from: https://books.google.com/books?id=h5KwDwAAQBAJ

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