Você sabia que o exercício físico previne osteoporose e ainda ajuda no tratamento?
A osteoporose é descrita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença esquelética sistêmica progressiva caracterizada pela redução da massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, causando aumento da fragilidade dos ossos e maior risco à fratura (1).
Exercício físico para diabéticos
Dados sobre a osteoporose
A doença afeta quase metade das mulheres em algum momento da vida, tendo uma taxa de prevalência de até 15% nos homens (2). Dentre os locais de fratura por fragilidade mais comuns estão os corpos vertebrais, rádio distal, úmero proximal, pelve e fêmur proximal (3). As fraturas do quadril, em especial, são as que apresentam maior risco de incapacidade e morte. Idosos aumentam o risco de morte em 5 vezes, 3 meses após uma fratura de quadril (4). Cerca de 28% dos pacientes com fratura de quadril morrem dentro de 12 meses após a fratura na Inglaterra (3). No Brasil a osteoporose afeta mais de 10 milhões de pessoas (10).
Exercícios podem prevenir a osteoporose?
Pesquisas indicam que o exercício físico pode retardar o aparecimento da osteoporose e reduzir os riscos de fraturas (5 – 7). O exercício aumenta a densidade óssea, a força e o volume dos ossos (6, 7). Além disso, o exercício melhora o equilíbrio de idosos, reduzindo quedas e consequentemente diminuindo o risco de fraturas (8).
Protocolo de exercícios
Ainda não existe um protocolo de exercício ideal para pessoas com osteoporose, mas o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM) recomenda exercícios aeróbicos como caminhada ou ciclismo, mas é preferível exercícios resistidos como musculação de 1 a 2 vezes por semana, não ultrapassando 8 a 10 exercícios por sessão. Usar carga moderada, com pesos que não causem ou piorem as dores. Recomenda-se também exercícios de flexibilidade para todas as articulações. Exercícios que exigem torção, flexão ou compressão da coluna devem ser evitados. Sempre incluir atividades que melhorem o equilíbrio, para diminuir os riscos de queda (9).
Mais estudos ainda são necessários para que tenhamos um protocolo de exercício seguro e mais específico para osteoporóticos, mas as evidências que temos até agora é que o exercício pode prevenir e até ajudar no tratamento da osteoporose. Busque sempre ajuda profissional para obter os melhores resultados. E lembre-se: Não deixe ninguém te enganar!
Referências
1. Kanis JA, Melton LJ, 3rd, Christiansen C, Johnston CC, Khaltaev N. The diagnosis of osteoporosis. J Bone Miner Res. 1994;9:1137–1141. doi: 10.1002/jbmr.5650090802.
2. Kanis, J.A., Bianchi, G., Bilezikian, J.P. et al. Osteoporos Int (2011) 22: 2789. https://doi.org/10.1007/s00198-011-1632-z.
3. National Hip Fracture Database (2016) Annual report. www.nfhd.co.uk.
4. Haentjens, P., Magaziner, J., Colón-Emeric, C. S., Vanderschueren, D., Milisen, K., Velkeniers, B., & Boonen, S. (2010). Meta-analysis: excess mortality after hip fracture among older women and men. Annals of internal medicine, 152(6), 380–390. doi:10.7326/0003-4819-152-6-201003160-00008.
5. Bolam, K.A., van Uffelen, J.G.Z. & Taaffe, D.R. Osteoporos Int (2013) 24: 2749. https://doi.org/10.1007/s00198-013-2346-1
6. Kemmler, W., Häberle, L. & von Stengel, S. Osteoporos Int (2013) 24: 1937. https://doi.org/10.1007/s00198-012-2248-7.
7. Polidoulis, I., Beyene, J. & Cheung, A.M. Osteoporos Int (2012) 23: 39. https://doi.org/10.1007/s00198-011-1734-7.
8. Eduardo Lusa Cadore, Leocadio Rodríguez-Mañas, Alan Sinclair, and Mikel Izquierdo. Effects of Different Exercise Interventions on Risk of Falls, Gait Ability, and Balance in Physically Frail Older Adults: A Systematic Review. Rejuvenation Research 2013 16:2, 105-114.
9. American College of Sports Medicine, Deborah Riebe, Jonathan K. Ehrman, Gary Liguori, and Meir Magal. 2018. ACSM’s guidelines for exercise testing and prescription.
10. Rima Aziziyeh, Mo Amin, Mohdhar Habib, Javier Garcia Perlaza, Kirk Szafranski, Rebecca K. McTavish, Tim Disher, Ana Lüdke & Chris Cameron (2019) The burden of osteoporosis in four Latin American countries: Brazil, Mexico, Colombia, and Argentina, Journal of Medical Economics, 22:7, 638-644, DOI: 10.1080/13696998.2019.1590843